terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cidade Roubada


Tudo que em mim deixaste foi como lixo nos alvores de uma cidade perdida. Tudo que contigo levaste não passa de toda a riqueza conquistada por um povo que julgavam morto. Tudo que me foi tirado foi a inocência de uma criança assustada que deriva no meio da multidão em pânico.
Tudo se separa, tudo se desune, gritos ecoam no meu olhar perdido e ninguém vê. Flashes aninham-se em momentos que se escondem na subtil lágrima que cai pesadamente na terra. O desespero alastra-se tal vento corre a cidade, a coragem de um povo guerreiro desvanece tal manto de seda tomba sobre uma espada caída.
No fundir das pestanas consigo sentir a hegemonia de outrora, contudo quando liberto o olhar contemplo uma realidade diferente das, já mais, previstas e prometidas.
As pessoas são as mesmas, só que vistas de uma perspectiva diferente. Dizem as mesmas palavras só que ouvidas de outra maneira. Os objectos continuam iguais só que tocados com outro sentido. As cores têm o mesmo tom só que exigem outro brilho. Os cheiros revelam a exacta fragrância, só que causam outras sensações.
Não há mais a vivacidade no tempo roubado, não há mais a audácia ou a destreza no combate ao inimigo. Há, sim, a fome de vencer a derrota.
Tudo que em mim deixaste… é SAUDADE!

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