sábado, 21 de junho de 2008

O algo da vida




Tenho me questionado muito nesta minha vida tendo sempre esperança de obter respostas. No entanto só vejo fumo e nevoeiro à minha frente. De que me questiono? O que quero saber?

A resposta a estas perguntas supostamente deviam ser simples, mas na realidade, para mim, são o puzzle da minha vida. A vida consegue nos surpreender a cada momento, com as suas voltas e reviravoltas fazendo nos chegar sempre ao mesmo ponto: a pensar nela. Nós pensamos e pensamos e pensamos em tudo o que nos acontece, procurando sinais para as nossas respostas, atribuindo significados a tudo o que se passa a nossa volta. Mas será que nos é permitido pensar em todo o objectivo ou valor da vida? Ou será que temos que nos limitar a seguir o caminho que nos foi destinado. Acredito no destino e também acredito que é possivel escolher diferentes caminhos durante a jornada, no entanto chegamos sempre à mesma meta.

Na verdade, toda esta melancolia não costuma acontecer quando somente vivemos a vida. Acontece sim, nos momentos em que pensamos nela, em que pensamos em tudo o que nos aconteceu no passado, em tudo o que está acontecer agora no presente, em tudo que acontecerá no futuro. É naqueles momentos em que nos sentimos sós, em que achamos que ninguém nos compreende, em que sentimos a falta de algo. O problema está aí... sentimos sempre a falta de algo. Será amor, carinho, compreensão, poder, riqueza, atenção...? O algo que nos falta está em constante transformação.

Como disse, costumo reflectir sobre esta montanha russa e no entanto nunca consigo obter resposta para descobrir o algo que me falta.

3 comentários:

TT disse...

*A vida é mesmo assim! Nunca nos sentimos suficientemente felizes. Quanto mais temos mais queremos ter e há sempre ALGO que nos falta.

Talvez esse ALGO esteja mesmo à nossa frente e *nós... não o vemos, somos incapazes de o agarrar ou temos simplesmente *medo de o sentir.


O texto está muito bom, faz-nos *pensar, reflectir. Porque, ás vezes, *A VIDA PARECE NÃO SER VIDA!

mv disse...

O texto está tãaaaao bom!!! :D
é um texto maduro e muito reflectido, mas percebe-se que é de alguém que está a tentar descobrir os pq^s da vida. Creio q será jovem. Do alto dos meus 50s, desejo vivamente que chegue à minha idade sem conseguir descobrir esse ALGO último, pque a vida está em constante mudança, e nós também devemos estar, e não há nada + bonito do que ter a curiosidade de uma criança num corpo de velhinho(a), a sabedoria de um velhinho num corpo jovem.
Na verdade, acabamos por descobrir que há várias pessoas que conseguem compreender-nos, mas nem sempre são aquelas que procuramos; podem ter a idade errada, estar no sítio errado, "ser" a pessoa errada.
Dizer q esse ALGO q procura vai ser encontrado e substituido por outro, parece standard e coisa de gente velha, mas é verdade. FELIZMENTE.
Na verdade a vida só é simples para quem quer passar por ela sem realmente viver.
eu chamaria VIVER a essa constante interrogação, a esse constante sentir.
e mais 1 coisa de gente velha: temos obrigação de ser felizes.
Mas sê-lo não implica aquele estado de euforia, mas antes o aproveitar de todos os momentos que passam por nós, e permitir ao fim do dia pensar com paz naquele instante em que nos sentimos bem, reflectir sobre ele e guardá-lo no cantinho das recordações.

Fatima Freitas disse...

Adorei! Sempre escreveste bem e tenho muito orgulho nisso. A idade fez-me compreender que a procura do Algo da Vida é a própria VIDA!
Só nos devemos arrepender do que não fizermos, porque o que já fizemos norteia o nosso presente e futuro. Temos de seguir em frente pois a insatisfação é uma característica inerente ao Homem.