quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Fragmentos de mim...


Fragmentos ecoam na memória ao ouvirmos uma música que desperta as emoções adormecidas… Algures, no nosso passado, este som tocou-nos bem fundo e até já tínhamos esquecido a magia dos pequenos nadas do quotidiano!
São as asas da liberdade de pensamento que se libertam para olhar pela janela que tínhamos trancado em nós. São as nuvens que se formam negras obscurecendo o céu azul das nossas vidas!
É a chuva que cai de mansinho nas vidraças da nossa indiferença. É tempo de reflectir e de procurar entre os destroços esta nossa capacidade de sobrevivência. É a procura do que sentimos e do alento que nos move e nos força a continuar. É deixar de correr veloz e incessantemente, saltando muros, barreiras que se interpõem aos nossos desejos…É abrandar o passo e contemplar as pedras da calçada que pisamos…É descobrir que nem todas elas são iguais quando analisadas!
Chegou o momento de reviver o que temos sido e o que queremos realmente ser. Não estamos sós! Somos muitos a fantasiar o que não tivemos. As pessoas deixaram de viver e todas estampam no rosto a angústia do desespero! De uma forma ou de outra, Todos nos interrogamos e queremos “um brilhozinho nos olhos”, um esgar terno e uma mão carinhosa sobre a nossa no momento que precisamos!
Perdemos demasiado tempo a questionarmo-nos sobre o certo e o errado! Basta! O dia hoje está cinzento mas não será eterno, terá apenas vinte e quatro horas como os outros! Mas é em dias assim, povoados por músicas doces que nos identificamos com a melancolia dos nossos sentimentos e fazemos questão de lembrar!
Relembrar? A maior parte do nosso tempo é dispendido a relembrar, isto ou aquilo, e é por isso que nos esquecemos de viver!... Que importa o que fomos? Definitivamente já não somos os mesmos. SOMOS! Somos o que é possível ser!
É em crises como esta que descubro o que há de melhor em mim…É como se durante muito tempo eu me tivesse esquecido de pensar… É talvez por essa razão que me tenha disposto a reviver as memórias da minha existência e registá-las nestas folhas brancas que me têm acompanhado desde o dia em que descobri o meu prazer e gosto pela escrita.
O importante é que o redescobri!

Estávamos em 1974! Ano da Liberdade! Tudo mudava ao meu redor, mas eu continuava a viver do modo como sempre vivera. Tinha apenas treze anos e o importante para mim era…

3 comentários:

DCardoso disse...

É nos momentos de maior tristeza e angústia que conseguimos o que é que realmente nos faz feliz. É dificil, é verdade, mas sem se passar por estes momentos também nunca poderiamos nos considerar felizes. Pois tudo seria perfeito demais.

DCardoso disse...

eu queria dizer no inicio: conseguimos perceber.

esqueci me de escrever o perceber xD

TT disse...

Dias cinzentos, tristes e de constante reflexão... Não podemos dizer que são os piores, até porque são os dias maus que permitem a existência dos dias bons. Para além disso, são estes dias que nos fazem questionar o sentido da nossa existência ou até mudar de rumo e... (respondendo ao Diogo) Não há a perfeição, existem apenas olhos que a pensam ver!